Sobre a criação de raças em Fantasia

Já me perguntaram o que acho de raças não humanas em livros de Fantasia, uma vez que acabei utilizando apenas pessoas em "A Guerra das Sombras". A criação de raças não é uma opção ruim quando bem utilizada. Mas quem resolve seguir por esse caminho deve evitar simplesmente copiar e colar raças tolkeanas. Isso confere ao livro um aspecto de clichê que é difícil superar mesmo com uma história muito bem escrita. Eu só utilizaria elfos ou anões, por exemplo, se conseguisse dar a eles características bem diferentes de Tolkien ou de Dungeons and Dragons.

Além disso, quando for criar a raça, acho interessante o escritor se perguntar o que, exatamente, ela oferece ao enredo. O essencial, me parece, é que a nova raça tenha algo que a distinga nitidamente dos humanos em termos psicológicos e físicos. Não basta que sejam humanos maus com orelhas pontudas e pele escura. Quem for criar a sua versão dos orcs, que tente fazer de uma forma que o leitor não veja essa relação imeditamente. É importante elaborar os aspectos físicos e psicológicos da raça de modo a afastá-la dos orcs. Trabalhe a origem dessa raça e o seu desenvolvimento. Por último, acho que convém evitar o maniqueísmo exagerado.

É claro que essa é apenas a minha opinião e uma raça assim se adaptaria às minhas preferências apenas. O mais importante, me parece, é que o escritor adapte seu livro ao seu gosto pessoal. Esse, por estranho que pareça, é ainda o melhor jeito de escrever uma obra que agrade aos outros.

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