As duas faces do perfeccionismo
Geralmente o perfeccionismo dos escritores tem dois aspectos: (i) ou é
uma preocupação com a originalidade e a qualidade do texto ou (ii) uma
ansiedade a respeito da opinião de outras pessoas (será que o texto é
bom o suficiente para fazer sucesso?).
A preocupação com a originalidade e qualidade do texto não é uma coisa ruim. O crítico mais severo do escritor tem que ser ele mesmo. Se o autor aceita qualquer coisa porque não quer ser "perfeccionista", a chance de acabar com um texto medíocre é bem grande. Na minha opinião, a qualidade se consegue com auto-crítica e com releitura. É preciso reler os textos muitas vezes antes de publicar. Parece que os livros são como os bons vinhos: eles vão amadurecendo com as releituras até que você percebe que a obra atingiu um estágio razoável para a publicação. Isso não quer dizer que ele esteja "terminado", no sentido que não possa ser aprimorado ainda mais. Depois de reler meus livros dezenas de vezes e ainda encontrar coisas que podem ser melhoradas, concluí que este estado de perfeição não existe. O que se consegue é um texto maduro, que apesar de ainda poder ser melhorado, agrada ao próprio escritor.
Quanto à preocupação com a opinião de outras pessoas, acho que realmente este é um fantasma que tem que ser exorcizado simplesmente porque não há como agradar a todo mundo. Em outras palavras, não há como criar um texto para agradar ao público, porque o público não é homogêneo. É muito difícil prever o que as pessoas vão achar de um texto (o leitor, como o futebol, é uma caixinha de surpresas). Às vezes tinha quase certeza que determinada pessoa ia gostar do seu livro e ela desgostou (e vice-e-versa). Por isso é que acho bobagem tentar adequar um livro à preferência de terceiros. Então qual o critério? O gosto do próprio escritor. Daí a importância de ter auto-crítica. Se o parâmetro é a própria preferência, convém não ser muito bondoso com o próprio texto. É essencial ser capaz de responder positivamente esta questão: realmente gosto do meu próprio livro?
A preocupação com a originalidade e qualidade do texto não é uma coisa ruim. O crítico mais severo do escritor tem que ser ele mesmo. Se o autor aceita qualquer coisa porque não quer ser "perfeccionista", a chance de acabar com um texto medíocre é bem grande. Na minha opinião, a qualidade se consegue com auto-crítica e com releitura. É preciso reler os textos muitas vezes antes de publicar. Parece que os livros são como os bons vinhos: eles vão amadurecendo com as releituras até que você percebe que a obra atingiu um estágio razoável para a publicação. Isso não quer dizer que ele esteja "terminado", no sentido que não possa ser aprimorado ainda mais. Depois de reler meus livros dezenas de vezes e ainda encontrar coisas que podem ser melhoradas, concluí que este estado de perfeição não existe. O que se consegue é um texto maduro, que apesar de ainda poder ser melhorado, agrada ao próprio escritor.
Quanto à preocupação com a opinião de outras pessoas, acho que realmente este é um fantasma que tem que ser exorcizado simplesmente porque não há como agradar a todo mundo. Em outras palavras, não há como criar um texto para agradar ao público, porque o público não é homogêneo. É muito difícil prever o que as pessoas vão achar de um texto (o leitor, como o futebol, é uma caixinha de surpresas). Às vezes tinha quase certeza que determinada pessoa ia gostar do seu livro e ela desgostou (e vice-e-versa). Por isso é que acho bobagem tentar adequar um livro à preferência de terceiros. Então qual o critério? O gosto do próprio escritor. Daí a importância de ter auto-crítica. Se o parâmetro é a própria preferência, convém não ser muito bondoso com o próprio texto. É essencial ser capaz de responder positivamente esta questão: realmente gosto do meu próprio livro?
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